quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Dou graças às minhas laranjas





    Dar graças às laranjas que estão ali verdes, nas minhas laranjeiras do quintal. Dar graças às laranjas que estão na minha fruteira. Dar graças porque a minha mãe as conseguiu comprar no supermercado. Dar graças. Agradecer. Dizer obrigado. Estar grato...A uma coisa tão simples como ter uma laranja para comer. Para fazer sumo, para fazer um bolo, para brincar aos malabarismos. Dar graças por as ver crescer ali, verdes, nas minhas laranjeiras do quintal. E por as ver bem rosadinhas na fruteira da cozinha. E dar graças porque a minha mãe pegou nelas no supermercado e as trouxe para nós. Mesmo nos dias de chuva...dar graças por elas. A partir do momento em que aceitamos o que temos, o que vem até nós vai ser sempre bom, porque demos graças. Dou graças até por aquela laranjinha pequenina que está ali na fruteira, enrugada. Mais logo hei-de comê-la. 

Quando passarem por elas, mesmo que estejam verdes, agradeçam. 

Ana Marisa 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Uma laranja aqui...outra acolá





    Nem sempre as melhores laranjas são as mais redondinhas, as menos enrugadas, as mais rosadinhas. Às vezes as melhores são mesmo aquelas mais feias - como costumamos dizer - as mais enrugadas, as menos rosadinhas e as mais tortas. Dá sempre para adaptar e dizer "quem vê cascas não vê interiores", do "quem vê caras não vê corações"...e eu acho que é verdade. Devemos sempre dar uma oportunidade a cada laranja...mesmo aquelas que estão no chão. Mesmo aquelas que os pássaros bicam. - São as mais doces, sabiam? Eles são espertos e vão ao melhor. Palavras da minha mãe. E olhem que às vezes damos tudo pelas laranjas mais redondinhas, menos enrugadas e mais rosadinhas e depois por dentro sabem mal, ou não sabem a nada, ou não têm sumo... Mas também ninguém adivinha, não é? Devemos sempre dar uma oportunidade a cada laranja. E se souber mal, ou não souber a nada, ou não tiver sumo é pegar na seguinte...mesmo que esteja no chão. Devemos sempre dar oportunidade a cada laranja, mas também quando não há sumo, quando é amarga e quando não nos mata a fome ou a sede...aí é pegar na seguinte. E na outra, na outra...até se acertar. Mas também não sejam muito exigentes...ainda não começou a época das laranjas!


Que elas nos matem sempre a fome e a sede.

Ana Marisa

domingo, 27 de agosto de 2017

As minhas laranjas verdes





    Às vezes as ideias, as emoções e os pensamentos estão como as laranjas que estão ali nas minhas laranjeiras...verdes. Elas vão demorar até servirem para comer; É preciso ir regando, é preciso que haja sol...que haja chuva...e aos poucos vão ficar cor de laranja como as conhecemos. É preciso amadurecerem...tal como as ideias, as emoções e os pensamentos. Esses três às vezes chegam em bruto à nossa cabeça e nós queremos que amadureçam logo ou queremos logo colher frutos vindos deles e,...não pode ser. Não é assim que funciona. Lembrem-se sempre das laranjas verdes que estão ali nas minhas laranjeiras do quintal. Demora o seu tempo...deixai demorar. E que venha a chuva, que venha o sol, que se regue...e que depois se coma. 

    Lembrem-se sempre das laranjas verdes que estão ali nas minhas laranjeiras do quintal...
...verdes. 

Que elas nunca vos faltem.

Ana Marisa 

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

No meio de tanta laranja...





   Às vezes perguntam-me se não é difícil escrever tendo por base laranjas...É e não é. Às vezes é só difícil escrever; Escrever sobre laranjas, escrever para laranjas, escrever a comer laranjas. Olho para elas nas árvores e no supermercado, quando vou apressada, e penso nesta folha branca e em como está branca há tanto tempo. Depois sinto-me como uma laranja enrugada, esquecida na fruteira...que depois ninguém a quer e acaba por ir para o lixo. Estava aqui a pensar como às vezes nos esquecemos das coisas, das pessoas, das laranjas. Sem sentido, sem motivo. Sem mal. No outro dia cortei laranjas e limas para fazer sangria e lembrei-me desta folha branca. Lembro-me sempre...
...mas sabem...? Às vezes não consigo equilibrar a balança. Há laranjas mais pesadas que outras.          Umas que fazem eco na nossa cabeça, outras no nosso coração...e quando elas se cruzam dá só mesmo uma folha em branco.


Mas...nunca me faltam as laranjas e o sumo de laranja.

Ana Marisa